Pernambuco é, antes de tudo, um estado marcado pela diversidade cultural. E tem uma população que respira e valoriza a sua cultura, passando de geração em geração. Não por acaso, o estado é conhecido no país como um dos que têm a cena cultural mais viva, construída a partir da contribuição de índios, portugueses, holandeses, judeus, africanos, entre outros. É celeiro de poetas, artistas plásticos e músicos reconhecidos em todo mundo, sem falar nos seus movimentos, no carnaval, no São João, em nossa cultura. Isso é Pernambuco.
Pernambuco também é a terra do São João. O período junino no estado é um dos mais tradicionais do país. A cidade de Caruaru, no agreste, é o ponto central onde acontecem 30 dias de festa - todo o mês de junho. É a terra do forró, do xaxado, do mestre Vitalino, da famosa “Feira de Caruaru”, do Alto do Moura, entre outros. Mas não só é nesta cidade, onde acontecem os festejos. Da capital ao interior são muitas as homenagens ao Santo.
Na Zona da Mata, tanto a Norte quanto a Sul, o destaque fica para os maracatus. De baque solto ou de baque virado. De influência africana, eles têm muita força nesta região devido à grande presença de engenhos de cana de açúcar. No período colonial, os escravos vindos da África para trabalhar a produção do açúcar trouxeram os costumes para cá. Antigamente, muitas dessas movimentações aconteciam às escondidas ou na senzala. Com o passar dos anos e a liberdade dos negros, a cultura foi incorporada como um todo. E hoje é um dos nossos destaques. E entre as cidades, Nazaré da Mata desponta como uma das que mais concentra maracatus.
Tudo isso é apenas uma demonstração da rica cultura de Pernambuco. Uma cultura que orgulha os pernambucanos, que é passada de geração em geração, levada para todos os cantos do mundo, mas que só pode ser sentida em sua alma em nosso Estado. Por isso, para conhecer um pouco mais do que o povo pernambucano tem a oferecer não basta estudar e ler... Tem que experimentar. Isso é Pernambuco.
O carnaval, por exemplo, é a maior festa. Não só dos pernambucanos, mas de todos que visitam o estado na época dessa democrática festa – seja na capital, nas praias, no interior. Tem o maracatu, o caboclinho, o coco de roda, a ciranda e o maior de todos os representantes - o frevo! O ritmo, aliás, é único e teve origem no próprio estado. Na festa, além das ladeiras de Olinda, do fervor do Recife Antigo, tem também o Galo da Madrugada, o maior bloco de rua do mundo (segundo o Guinness Book).
No interior, seja no Sertão ou no Agreste, há outros movimentos culturais. Os caretas de Triunfo (cidade sertaneja
Fonte: gov.pe,br
Folclore Pernambucano - O marcante passado histórico aliado a criatividade do povo pernambucano resultaram em uma cultura popular extremamente rica e diversificada.
Dos europeus, o gosto pelas danças da corte, pelos bailados e epopéias; dos negros escravos, os requebros, a religiosidade e ritmos cadenciados; dos índios, o misticismo, a graça e a leveza de movimentos, próprios de uma raça que tinha na dança o reflexo do seu dia-a-dia.
Assim surgiram as mais variadas expressões populares, quase sempre associadas aos principais ciclos festivos:
Ciclo Carnavalesco: é a principal festa popular, manifestando-se em praticamente todo Estado. Destaque para Olinda e Recife ( Boa Viagem e Centro ). Blocos, troças, clubes, maracatus ( rural e de baque virado ), caboclinhos, ursos, blocos anárquicos, escolas de samba, afoxés, mascarados, bonecos gigantes, bois de carnaval.
Ciclo Quaresmal: malhação de Judas, serra velho e micarême, sendo este um carnaval no Sábado de Aleluia, manifestação bastante observada há anos passados e que vem sendo revivida atualmente.
Ciclo Junino: ocorre durante o mês de Junho, quando se homenageia Santo Antônio, São João e São Pedro. Manifesta-se em praticamente todo o Estado. Destaque para Caruaru ( a capital do forró ) Carpina, Paulista, Petrolina, Recife e Olinda. É tempo de fogueira, de ruas enfeitadas de bandeirolas e balões, de fazer adivinhações, de soltar fogos, de apreciar bandas de pífano, cantadores, acorda povo, bacamarteiros, violeiros, emboladores e de dançar quadrilha, forró, ciranda, xote, xaxado, coco e baião.
Ciclo Natalino: seu principal representante é o pastoril. Pode-se também observar o pastoril profano, a queima da lapinha, o reisado, a cavalhada, o fandango e o bumba – meu – boi.
MANIFESTAÇÕES FOLCLÓRICAS E RELIGIOSAS
Acorda Povo / Bandeira de São João:
“Acorda Povo” é uma tradicional procissão, com danças e cânticos, às vezes profanos, que conduz a bandeira de São João Batista ao som de zabumbas e ganzás. Seu inicio é quase sempre a partir de zero hora e vai até o dia clarear.
Bacamarteiros:
Tradição que tem origem na guerra do Paraguai. Consiste na reunião de atiradores de bacamarte sob a direção geral de um comandante, dividido em batalhões e que durante os festejos juninos e natalinos deflagram grandes descargas de pólvora seca, em homenagem aos santos padroeiros. São acompanhados por bandas de pífanos ou zabumbas, num ritual místico de grande efeito pictórico.
Banda de Pífanos:
A Banda de Pífanos é um conjunto de instrumentos de percussão e sopro. Apresenta-se tradicionalmente nas festas de ruas e nas cerimônias religiosas. É conhecida como cabaçal ou zabumba.
Blocos:
São agremiações carnavalescas, formadas por rapazes e moças de determinado bairro, que desfilam à noite, dançando e cantando suas músicas ( frevo – canção e marcha de bloco ) ao som de uma orquestra de “pau e corda”, com fantasias luxuosas. Quase sempre há um enredo que lembra certo episódio histórico.
Boi de Carnaval:
Conjunto de “bichos” do bumba-meu-boi ou dos entremeios do reisado que se desligam do auto do boi, durante o Carnaval para brincar na rua. Geralmente saem “Boi”, “Burra”, “Babau”, “Ema”, “Mateus” e outros palhaços com porta estandartes, cordão feminino e orquestra de gonguê, bombo, surdo, etc.
Bumba – Meu – Boi:
O Bumba- Meu- Boi é um dos espetáculos populares nordestinos. É praticado em arena, onde o público em pé forma a roda e vai se fechando em torno dos intérpretes no qual os papéis femininos são desempenhados por homens vestidos de mulher com uma orquestra composta de zabumba, ganzá e pandeiro.
Caboclinhos:
É um dos mais antigos bailados populares do Brasil. Nele está bastante evidente a origem de influência indígena. A indumentária consiste em tanga e cocar de penas de aves. Os componentes carregam arco e flecha, que servem não apenas como elementos de caracterização do índio, mas também para marcar o ritmo da música tirada por um terno: pífanos, ganzá e caixa-surdo.
Cavalhada:
A cavalhada é uma reminiscência dos torneios da Idade Média. Como folguedo popular, a cavalhada é um torneio equestre onde os cavaleiros procuram demonstrar sua habilidade. Começa com manobras em círculos, rodopios e outros figurados. Depois tem lugar a manobra de guerra e jogo de argollinhas.
Ciranda:
É uma dança rodada distinta das “cirandinhas infantis”. Distinta pelos “cirandeiros” (que são adultos), pelo repertório poético – musical; pelo instrumental obrigatório, que acompanha a roda ondulante dos cirandeiros que se enlaçam alternadamente; distinta ainda pelo local que escolhe, em geral afastado dos aglomerados urbanos, e se realizando pela noite a dentro; ou ainda, pela presença do Mestre Cirandeiro, a quem cabe “tirar as cantigas” (cirandas), improvisar versos e presidir a festa.
Clubes de Rua:
O clube de rua é a mais representativa agremiação carnavalesca. Dele fazem parte o baliza, ou mestre de cerimônia; o estandarte, tão sagrado na vida de um clube quanto a bandeira de um regimento; em seguida, a “onda”, grande corrente humana que retrata o prestígio de determinado clube; a fanfarra conjunto musical de metais e clarins; e, fechando o cortejo, o “cordão”, grupo de sócios do clube, realizando manobras pitorescamente vestidos.
Coco:
Acredita-se que o coco, dança popular nordestina, tenha nascido nas praias (daí sua designação). Quando apareceu, era dançado em roda formada com pares, na cadência de cantos especiais. Os dançarinos, cantando, trocavam umbigadas com o seu par e a moça do par vizinho, em movimentos sincronizados.
Dança de São Gonçalo:
Há um altar e nele São Gonçalo. Diante do altar, duas filas de dançarinos, cada um com um guia e um contraguia. Dá-se o revezamento dos extremos das filas e começam os movimentos em semi-círculo. Os dançarinos saltitam compenetrados, em busca da melhor harmonia coreográfica. Com métricas quebradas que sucedem, a dança se estende a não mais cansar.
Excelência:
É um canto entoado a cabeça dos moribundos ou mortos. Acredita-se que a excelência tem o poder de despertar no moribundo o horror do pecado, incitando-o ao arrependimento. É cantada sem acompanhamento instrumental, em uníssono, em série de 12 versos.
Fandango:
O fandango é um espetáculo popular que soma romance, dança, musica, anedotas, ditos, lendas e orações. A brincadeira desenvolve-se em um tablado armado no pátio alegórico, às vezes, à beira- mar. A duração é de toda uma noite. Os atores vestem-se de branco como marinheiros. Cantam, dançam e gritam ao som de instrumentos de corda, fazendo percurssão com um sapateado próprio.
Frevo:
O Berço do frevo é o Estado de Pernambuco. É uma dança de multidão onde possui uma coreografia: se abaixando e se levantando, pulando de um lado para o outro, porém não há disciplina a seguir podendo o passista ser criativo.
Malhação do Judas:
Os Judas são os bonecos de pano que ficam pendurados em postes e portais para serem estipardos e queimados ao amanhecer do Sábado de Aleluia. Originalmente, a cena representa o castigo ao apóstolo traidor.
Mamulengo:
Nome dos teatrinhos de fantoches introduzidos em Pernambuco ainda no século XVI. Foi inspirado no catolicismo alegórico da Idade Média. As peças apresentadas, embora obedecendo a um roteiro, são quase sempre improvisadas, representando uma resposta à reação dos expectadores. O mamulengo aparece em várias festas populares do ano ou faz a festa com as suas peças ligeiras, vivas e irônicas.
Maracatu:
O maracatu cujo o desfile evoca os cortejos dos soberanos negros é chamado de “nação africana”, urbano ou de “baque virado” e é uma exclusividade do carnaval pernambucano. A dança evoca o banzo africano em terras estranhas; é bamboleante, imitando o movimento do mar. A orquestra que acompanha o cortejo é formada por taróis, bombos, zabumba, ganguês e ganzás. Existem, ainda, os chamados maracatus rurais de orquestra ou de ‘baque solto”.
Quadrilha:
Manifestação folclórica típica do ciclo junino. Dança-se em pares formando duas alas. O primeiro par de cada ala representa o guia, aquele que deve orientar os demais. Enquanto isso, o marcador vai anunciando os passos (cuja terminologia básica teve origem nos salões aristocráticos da França), em geral a o número de 30. Ao som de conjuntos regionais música da época, os participantes dessa manifestação, vestido em “trajes matutos”, enchem de alegria e beleza as noites pernambucanas.
Reisado:
Auto natalino, fusão de cenas e cantos de reis com as congadas. Sincretismo também com o próprio bumba-meu-boi, que o admite como um dos seus entremeios. Seus personagens (reis, rainhas, embaxatriz, príncipe, vassalos, etc.)dançando, cantando e dialogando, apresentam os mais garridos trajes – saiotes e capas de cetim, guarda-peito e chapéu com enfeites de espelhos, vidrilhos lantejoulas, perólas muídas e fitas coloridas.
Serração do Velho:
A serração do velho é uma tradição européia conhecida em Pernambuco desde do começo do século XVIII. O folguedo reúne um grupo de brincalhões, diante da casa de um velho ou uma velha, na noite da Quarta-feira da Quaresma. Um deles, serrando uma tábua, e acompanhando, nesse rouco e lúgubre ruído, gritos, lamentos e prantos dos demais. Os velhos de modo geral, irritam-se com a brincadeira, dando ouvidos a crença de que o “velho serrado” não chega a outra Quaresma.
Troça:
As troças são clubes que desfilam durante o dia. Sua organização é idêntica a do clube de frevo, apenas apresentando menos figuras e luxo – é mais rústica. Também sua orquestra é similar a do clube de frevo, embora o número de instrumentos musicais seja mais reduzido.
Urso de Carnaval:
Conjunto cujas figuras centrais são o “Urso” (homem trajando máscara de urso e macacão de estopa), o Domador ou “Italiano” é o “Caçador”. Geralmente acompanhados por balizas, estandarte, orquestra (formada por sanfona, triângulo, bombo, pandeiro, etc.), malabarista, etc.
Vaquejada:
A vaquejada é o folguedo de derrubada do gado, indo o vaqueiro à cavalo. Correm sempre dois cavaleiros para conservar o animal em determinada direção. Emparelhado o cavaleiro com o novilho, aproximado o cavalo, o vaqueiro segura a calda do animal dando um forte puxão e afastando o cavalo. Desequilibrado o touro cai espetacularmente. A vaquejada é festa popularíssima no Nordeste.
Violeiros:
O violeiro nordestino constitui um tipo especial, que tem alguma diferença do cantador de viola do resto do País. De viola em punho ou responde o desafio ou canta estórias ou, simplesmente, os acontecimentos do dia estendendo sua opinião ou interpretando os fatos a seu modo, enquanto fabrica suas rimas.
Xangô:
Tipo de culto africano introduzido em pernambuco pelos negros escravos. As grandes funções públicas do Xangô têm lugar à noite, nos dias santificados pela Igreja Católica. A maior de suas celebrações públicas é o “toque” - em que ao som de ritmos originalmente africanos, os fiéis dançam em círculos, trajando as cores dos seus deuses patronos.
Xaxado:
O xaxado, nasceu no Sertão Pernambucano. Dança-se em fila indiana, um atrás do outro, sem volteio, avançando o pé direito, fazendo de três a quatro movimentos laterais e puxando o esquerdo, num rápido e deslizado sapateado. Tem letra agressiva e música simples, com acompanhamento de zabumbas, pífanos, triângulos e sanfonas
Fonte: topgyn.com.br